A Comissão da Verdade nomeada, que em sua composição geral não é reacionária, estará sujeita a tudo quanto é tipo de pressão, e isto com certeza irá
refletir em seu posicionamento final.
Seria fantasioso e ingênuo achar que somente sete pessoas terão condições de analisar uma montanha de dados. Ela só terá eficácia operacional caso esteja bem estruturada, inclusive contando com o apoio técnico das Universidades e demais setores representativos da sociedade, que historicamente estejam envolvidos com a questão dos Direitos Humanos, onde está o centro dos debates.
Seria fantasioso e ingênuo achar que somente sete pessoas terão condições de analisar uma montanha de dados. Ela só terá eficácia operacional caso esteja bem estruturada, inclusive contando com o apoio técnico das Universidades e demais setores representativos da sociedade, que historicamente estejam envolvidos com a questão dos Direitos Humanos, onde está o centro dos debates.
Com certeza do ponto de vista do acesso ao povo hoje a
reação está mais organizada do que nós da esquerda, pois detém o controle dos
meios de comunicação de massa. Hoje cedo, pela cloaca do arenoso collorido
Alexandre Garcia, a Globo já deu o tom do seu discurso em relação não somente
como a Comissão da Verdade deve operar, e pior, questionou a própria existência
da Comissão. Ela diz que “a Anistia implica em perdão e esquecimento”, e que “este
assunto deveria só estar sendo tratado de forma isenta por historiadores”.
A Globo, parte essencial na consolidação do golpe de 64,
está preocupada, como também estão grande parte de seus anunciantes, que financiaram,
desde muito antes do golpe, toda a sua preparação (IPES/IBAD) e consolidação.
Estes, grandes industriais multinacionais e nacionais, banqueiros,
empreiteiros, grandes fazendeiros, etc., que estiveram por trás do financiamento
do terrorista e criminoso aparelho paralelo de Estado, temem profundamente que
as suas participações venham à tona.
A ditadura foi civil e militar, e com ela quem mais lucrou
foram os grupos de grandes empresários. Estes grandes empresários, com a “democratização”,
ainda não tiveram as suas imagens atingidas e eles são o sistema econômico, o
poder do dinheiro que financiou o golpe como um investimento financeiro. Se escondendo
sob o manto sanguinolento do terror ditatorial, onde pelo pavor das armas ao
povo foi negado o direito a ter opiniões e a gerar ações, eles mamaram o sangue
do povo nas tetas do Estado, e gananciosamente com seus lucros enterram o país
em dívidas impagáveis e na exclusão social. Eles temem a Comissão e com certeza
farão de tudo para emperrar a sua ação. Eles temem e agem, e nós o que estamos
fazendo?
Muitos com certeza entenderam os limites que está tem, como possuem
a clareza que é a Comissão que pode ser feita e que temos que organizadamente a
apoiar, acompanhar as suas ações, nos posicionarmos, envolver toda a sociedade
em seu debate e cobrar agilidade em seu funcionamento. Outros, fazendo o jogo
do inimigo, que não a quer funcionando, em seus radicalismos infantis de forma
inconsciente e inconsequente partem para negá-la, e assim fazem o jogo dos que
nunca a quiseram operando, ou que ela ao menos existisse.
Não é hora para o emocional dar o tom, temos que
racionalizar neste processo contraditório, onde com a volta ao passado os
choques irão aflorar, e neste, sem união, sairemos derrotados perante a opinião
pública, que é o nosso alvo central, já que fora os dramas familiares, que tem
de serem resolvidos, pois estes tem o direito sagrado de saber tudo sobre o que
ocorreu com os seus entes queridos, heróis de nosso povo, o que queremos é que
toda a verdade venha à tona, doa a quem doer, sem nos esquecer do
abominável papel que os “cachorros” infiltrados exerceram, cujas nojentas histórias tem de também vir a tona.
A Comissão da Verdade, antigo sonho, ainda que por enquanto
sem ter o poder de punição, já é uma realidade!
É hora de racionalizar, de nos organizar e agir enquanto
força viva!
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