A AssociaĂ§Ă£o dos Docentes da USP (Adusp) decidiu na noite desta quarta-feira, 9, nĂ£o aderir Ă greve dos estudantes aprovada ontem. A proposta da paralisaĂ§Ă£o foi a votaĂ§Ă£o durante assembleia extraordinĂ¡ria, mas nĂ£o teve apoio da maioria dos professores. A reuniĂ£o ocorreu no Instituto de MatemĂ¡tica e EstatĂstica, na Cidade UniversitĂ¡ria, zona oeste da capital.
Os docentes, porĂ©m, confirmaram participaĂ§Ă£o na assembleia geral dos estudantes convocada para esta quinta-feira, Ă s 14h, em frente Ă Faculdade de Direito do Largo SĂ£o Francisco, no centro. Durante a reuniĂ£o, os professores demonstraram simpatia Ă pauta dos alunos: a saĂda da PolĂcia Militar do cĂ¢mpus e a revisĂ£o da polĂtica de segurança da universidade.
Nos informes da assembleia, alguns docentes condenaram "abusos" na atuaĂ§Ă£o da PM no cĂ¢mpus. Segundo eles, policiais estariam abordando alunos na saĂda de bibliotecas e nos gramados da universidade.
Na nota de convocaĂ§Ă£o da reuniĂ£o, a Adusp afirmou que nĂ£o poderia "se calar" apĂ³s a operaĂ§Ă£o da PM que cumpriu ordem judicial de reintegraĂ§Ă£o de posse do prĂ©dio da reitoria e deteve 72 estudantes e funcionĂ¡rios. Veja o que disse o texto:
"A reitoria da USP foi desocupada nessa madrugada por forte aparato militar. Cerca de 70 ocupantes foram detidos e dĂ¡-se notĂcia que serĂ£o processados por crimes como formaĂ§Ă£o de quadrilha, desacato Ă autoridade e depredaĂ§Ă£o do patrimĂ´nio pĂºblico. Pode-se nĂ£o concordar com a ocupaĂ§Ă£o da reitoria como nĂ£o concordamos, mas nĂ£o se pode calar quanto ao despropĂ³sito desta tentativa de criminalizar de modo exemplar e indiscriminado um movimento que tem na sua origem a crescente falta de democracia e de respeito para com a comunidade por parte da administraĂ§Ă£o da universidade."
A PolĂcia Civil imputou os crimes de desobediĂªncia a ordem judicial e de dano ao patrimĂ´nio pĂºblico ao grupo de invasores.