sábado, 1 de janeiro de 2011

SECRETÁRIO DA CULTURA TOMA POSSE NA BIBLIOTECA PÚBLICA DO PARANÁ


O novo secretário de Estado da Cultura, jornalista Paulino Viapiana, toma posse nesta segunda-feira (3), às 11 horas. A solenidade será no Auditório Paul Garfunkel, da Biblioteca Pública do Paraná, na Rua Cândido Lopes, 133.

Viapiana é gaúcho, nascido em Antônio Prado. Com menos de um ano se mudou com sua família para Medianeira (PR) e desde os 16 anos vive em Curitiba. É formando em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná. Foi chefe da sucursal da revista Veja em Curitiba e ocupou o mesmo cargo em Brasília, onde também foi o secretário de redação da Folha de S.Paulo. Durante cinco anos esteve à frente da Fundação Cultural de Curitiba.

Data: 03.01.11 – segunda-feira

Horário: 11 horas

Local: Auditório Paul Garfunkel, da Biblioteca Pública do Paraná, na Rua Cândido Lopes, 133 – Curitiba

POSSE DO NOVO PRESIDENTE DA COHAPAR




O novo presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Mounir Chaowiche, toma posse nesta segunda-feira (3), às 17h, no auditório do Hotel Alta Reggia, junto com a nova diretoria.

Mounir tem como objetivo fazer uma habitação popular forte no Estado. “A proposta do governador Beto Richa é que a habitação seja prioridade, assim como ele fez na prefeitura de Curitiba. Vamos levar a habitação para todos os municípios paranaenses”, afirmou. “Vamos nos unir ao governo federal, prefeituras, iniciativa privada, entidades de classe, além de lideranças comunitárias para efetivar a política de habitação do Paraná”.

Natural de Joaquim Távora, Norte Pioneiro, Mounir Chaowiche é administrador de empresas com especialização em consultoria empresarial e gestão pública. Funcionário de carreira da Caixa Econômica Federal, onde foi gerente e superintendente em municípios paranaenses. Presidiu a Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), de 2006 a 2010.

Na Caixa, Mounir atendeu os municípios de Araucária, Wenceslau Braz, Santana do Itararé, Realeza, Mamborê, Guaíra, Marechal Cândido Rondon, Londrina e Curitiba. Esta experiência, segundo Mounir, vai contribuir para o pleno desenvolvimento do trabalho junto à Cohapar.

“Queremos promover o resgate social das famílias de menor renda, com uma política de habitação séria. Vamos trabalhar na construção de casas rurais e nas cidades do interior para fixar esta população e evitar o inchaço nas grandes cidades”, detalhou Chaowiche.

Serviço: Novo presidente da Cohapar.

Data: 03 (segunda-feira).

Horário: 17 horas.

Local: Auditório Hotel Alta Reggia - Rua Doutor Faivre, 846, Centro, Curitiba, Paraná.

PARTE DO DISCURSO DE POSSE DO BETO RICHA

Dilma toma posse com discurso conciliador e apelo à oposição


iG

A presidenta Dilma Rousseff tomou posse neste sábado com um discurso conciliador, permeado por apelos à oposição e agradecimentos a aliados. A cerimônia, que marcou também a despedida do agora ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi marcada em boa parte pelo tom protocolar e declarações com viés administrativo. Dilma, entretanto, perdeu o ar sério em alguns momentos e chegou a se emocionar ao falar sobre a conquista da Presidência e ao relembrar os tempos de militância contra a ditadura.

No primeiro discurso que fez após ser empossada, no plenário da Câmara dos Deputados, Dilma pediu à oposição que deixe para trás a rivalidade da campanha eleitoral e prometeu não fazer um governo baseado em afinidades partidárias. "Não haverá no meu governo discriminação, privilégios ou compadrio. Sou, neste momento, presidenta de todos os brasileiros", afirmou Dilma, com a voz embargada.

A petista citou o mineiro João Guimarães Rosa: "Recorro mais uma vez ao poeta da minha terra: O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem", afirmou Dilma. "É com esta coragem que pretendo governar o Brasil. Mas mulher não é só coragem, é carinho também."

Dilma pediu também a ajuda do Congresso, de prefeitos e governadores para dar continuidade ao trabalhado iniciado no governo Lula. "Estamos vivendo uma nova era, o despertar de um novo Brasil", disse a presidenta. "Pela primeira vez, o Brasil se vê diante da oportunidade real de se tornar uma nação desenvolvida." Dilma aproveitou para repetir a frase dita sucessivamente na campanha para se referir à imprensa. "Prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras."

Dilma voltou a se emocionar ao relembrar o passado de militância, dizendo ter dedicado sua "juventude" à defesa da democracia. "Suportei as adversidades mais extremas", afirmou, dedicando a conquista da Presidência aos companheiros de luta contra o regime. "Divido com eles esta conquista e rendo a eles homenagem."

O fato de ter ser tornado a primeira mulher a chegar à Presidência guiou boa parte das declarações da petista no plenário da Câmara. Logo na abertura de sua fala, Dilma agradeceu a "ousadia" do povo brasileiro em eleger uma mulher para o mais alto cargo do Executivo, depois de ter escolhido um homem do povo para liderar o País por oito anos. "Venho antes de tudo para dar continuidade ao maior processo de afirmação que este Pais já viveu em tempos recentes", completou.

O presidente Lula, que deixou o cargo neste sábado, também foi lembrado pela nova presidenta. "Venho para consolidar a obra transformadora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem tive a mais rigorosa experiência política da minha vida", disse Dilma, que também reservou uma homenagem ao vice de Lula, José Alencar, ausente por estar internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Cientistas pretendem criar simulador da vida na Terra

BBC

Projeto tem os objetivos de prever a disseminação de doenças infecciosas e descobrir métodos para combater as mudanças climáticas

Um grupo internacional de cientistas está tentando criar um simulador para recriar tudo o que acontece na Terra, desde os padrões do clima global à disseminação de doenças, passando por transações financeiras internacionais ou mesmo os congestionamentos nas ruas de uma cidade.

Batizado de Living Earth Simulator (LES, ou Simulador da Terra Viva), o projeto tem como objetivo ampliar o entendimento científico sobre o que acontece no planeta, encapsulando as ações humanas que moldam as sociedades e as forças ambientais que definem o mundo físico.

“Muitos problemas que temos hoje – incluindo as instabilidades sociais e econômicas, as guerras, a disseminação de doenças – estão relacionadas ao comportamento humano, mas há aparentemente uma séria falta de entendimento sobre como a sociedade e a economia funcionam”, afirma Dirk Helbing, do Instituto Federal Suíço de Tecnologia, que dirige o projeto FuturICT, que pretende criar o simulador.

Graças a projetos como o Grande Colisor de Hádrons, o acelerador de partículas construído na Suíça pela Organização Européia para Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em francês), os cientistas sabem mais sobre o início do universo do que sobre nosso próprio planeta, diz Helbing.

Segundo ele, necessita-se de um acelerador de conhecimento, para fazer colidir diferentes ramos do conhecimento.

“A revelação das leis e dos processos ocultos sob as sociedades constitui o grande desafio mais urgente de nosso século”, afirma.

O resultado disso seria o LES. Ele seria capaz de prever a disseminação de doenças infecciosas, como a gripe suína, descobrir métodos para combater as mudanças climáticas ou mesmo identificar pistas de crises financeiras incipientes.

Supercomputadores

Mas como funcionaria esse sistema colossal?

Para começar, seria necessário inserir grandes quantidades de dados, cobrindo toda gama de atividades no planeta, explica Helbing.

Ele também teria que ser movido pela montagem de supercomputadores que ainda estão para ser construídos, com a capacidade de fazer cálculos em uma escala monumental.

Apesar de os equipamentos para o LES ainda não terem sido construídos, muitos dos dados para alimentá-lo já estão sendo gerados, diz Helbing.

Por exemplo, o projeto Planetary Skin (Pele Planetária), da Nasa (agência espacial americana), verá a criação de uma vasta rede de sensores coletando dados climáticos do ar, da terra, do mar e do espaço.

Para completar, Helbing e sua equipe já começaram a identificar mais de 70 fontes de dados online que eles acreditam que possam ser usadas pelo sistema, incluindo Wikipedia, Google Maps e bases de dados governamentais.

A integração de milhões de fontes de dados – incluindo mercados financeiros, registros médicos e mídia social – geraria o poder do simulador.

Pântano de dados

O próximo passo é criar uma base para transformar esse pântano de dados em modelos que recriam com precisão o que está ocorrendo hoje na Terra.

Isso só será possível com a coordenação de cientistas sociais, especialistas em computação e engenheiros para estabelecer as regras que definirão como o LES vai operar.

Segundo Helbing, esse trabalho não pode ser deixado para pesquisadores de ciências sociais tradicionais, que tipicamente trabalham por anos para produzir um volume limitado de dados.

Também não é algo que poderia ter sido conseguido antes – a tecnologia necessária para fazer funcionar o LES somente estará disponível na próxima década, observa Helbing.

Por exemplo, o LES precisará ser capaz de assimilar vastos oceanos de dados e ao mesmo tempo entender o que significam esses dados.

Isso só será possível com a maturação da chamada tecnologia de web semântica, diz Helbing.

Hoje, uma base de dados sobre poluição do ar seria percebida por um computador da mesma maneira que uma base de dados sobre transações bancárias globais – essencialmente apenas uma grande quantidade de números.

Mas a tecnologia de web semântica será capaz de trazer um código de descrição dos dados junto com os próprios dados, permitindo aos computadores entendê-los dentro de seu contexto.

Além disso, nossa abordagem sobre a coleta de dados deve enfatizar a necessidade de limpá-los de qualquer informação que se relacione diretamente a um indivíduo, explica Helbing.

Segundo ele, isso permitirá que o LES incorpore grandes quantidades de dados relacionados à atividade humana sem comprometer a privacidade das pessoas.

Uma vez que uma abordagem para lidar com dados sociais e econômicos em larga escala seja acertada, será necessário construir centros com supercomputadores necessários para processar os dados e produzir a simulação da Terra, diz Helbing.

Capacidade de processamento

A geração de capacidade de processamento para lidar com a quantidade de dados necessários para alimentar o LES representa um desafio significativo, mas está longe de ser um impedimento.

Para Peter Walden, fundador do projeto OpenHeatMap e especialista em análise de dados, se olharmos a capacidade de processamento de dados do Google, fica claro que isso não será um problema para o LES.

Apesar de o Google manter segredo sobre a quantidade de dados que é capaz de processar, acredita-se que em maio de 2010 o site usava cerca de 39 mil servidores para processar um exabyte (1.000.000.000.000.000.000 bytes) de dados por mês – quantidade de dados suficientes para encher 2 bilhões de CDs por mês.

Se aceitarmos que apenas uma fração das “várias centenas de exabytes de dados sendo produzidos no mundo a cada ano seriam úteis para uma simulação do mundo, o gargalo do sistema não deverá ser sua capacidade de processamento”, diz Warden.

“O acesso aos dados será um desafio muito maior, além de descobrir como usá-los de forma útil”, afirma.

Warden argumenta que simplesmente ter grandes quantidades de dados não é suficiente para criar uma simulação factível do planeta.

“A economia e a sociologia falharam consistentemente em produzir teorias com fortes poderes de previsão no último século, apesar da coleta de muitos dados. Eu sou cético de que grandes bases de dados farão uma grande mudança”, diz.

“Não é que não sabemos o suficiente sobre muitos dos problemas que o mundo enfrenta, mas é que não tomamos nenhuma medida a partir das informações que temos”, argumenta.

Independentemente dos desafios que o projeto enfrenta, o maior perigo não é tentar usar as ferramentas computacionais que temos hoje e que teremos no futuro para melhorar nosso entendimento das tendências socioeconômicas, diz Helbing.

“Nos últimos anos, tem ficado óbvio, por exemplo, que necessitamos de indicadores melhores que o Produto Interno Bruto (PIB) para julgar o desenvolvimento social e o bem-estar”, argumenta.

No seu âmago, ele diz, o objetivo do LES é usar métodos melhores para medir o estado da sociedade, o que poderia então explicar as questões de saúde, educação e ambiente. “E por último, mas não menos importante, (as questões) de felicidade”, acrescenta.

Argentina cria comissão para registro e observação de Ovnis

AFP

A Força Aérea Argentina (FAA) decidiu criar uma comissão para registrar e investigar denúncias de aparecimento de Ovnis (Objetos Voadores Não identificados) no espaço aéreo do país, disse esta quarta-feira um porta-voz da instituição.

"A Comissão de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais está em processo de formação", disse o capitão Mariano Mohaupt, assessor de imprensa da FAA.

O militar revelou que a Força Aérea já tem registro de experiências vividas por alguns de seus pilotos e que não puderam ser explicados, mas "agora dá as cartas no assunto de um ponto de vista formal, profissional, que contribui para a sua própria missão, que é o controle do espaço aéreo".

A equipe será interdisciplinar, com meteorologistas, controladores de voo, pilotos e especialistas em radares, e será a receptora das denúncias feitas pelos cidadãos sobre fenômenos observados no espaço.

"Há muitíssimas denúncias que depois acabam se esclarecendo e ocorre que não se trata de fatos não convencionais", explicou Mohaupt.

Organizações deste tipo já existem em outros países do Cone Sul, como o Uruguai, onde funciona desde 1979 a Comissão Receptora e Investigadora de Denúncias de Objetos Voadores Não identificados, subordinada à Força Aérea.

Em agosto, o Brasil anunciou que o aparecimento de Ovnis no espaço aéreo do país será oficialmente registrado pelo Comando da Aeronáutica.

As autoridades instaram aos pilotos de aviões civis e militares, bem como os controladores do tráfego aéreo nacional, que relatem suas experiências ao organismo e também enviem provas documentais sobre objetos voadores não identificados.

Brasil: É isso que queremos?


Chegou a hora de focalizar os temas que possam colocar o Brasil em bases sólidas e não ilusórias. Por Rubens Barbosa

Um novo governo estará dando seus primeiros passos a partir deste sábado, 1º de janeiro, com novos desafios e novas esperanças.

Devido aos positivos indicadores econômicos, políticos e sociais, a presidente Dilma Rousseff assumirá o comando do país em situação relativamente confortável. Essa condição, contudo, esconde problemas sérios que vão requerer ações rápidas e enérgicas para serem corrigidos. A maior presença do Estado, base da visão nacional desenvolvimentista, poderá facilitar a mudança de atitude, o fortalecimento das empresas e a expansão do emprego.

Apesar das consequências desses grandes avanços internos, com as exceções de praxe, nem os lideres políticos de todos os partidos, nem a burocracia estatal, nem os sindicatos, nem mesmo o setor privado se dão conta que será necessária uma urgente e drástica mudança de atitude para enfrentar os desafios criados por essas transformações internas e externas.

O Brasil em primeiro lugar

Qual é nossa visão do futuro? Vamos continuar como estamos ou vamos querer transformar o país para alcançar o lugar de destaque que o mundo espera que o Brasil ocupe? Chegou a hora de os partidos políticos, os sindicatos e o setor empresarial, sob a liderança da presidente Dilma Rousseff, somarem esforços, em uma parceria real, para pensar mais no Brasil e menos nos interesses pessoais e partidários.

Essa mudança de atitude passa pelo incentivo à inovação e pelo aumento da competitividade a fim de gerar mais de 150 milhões de empregos em 2030.

Conhecimento, inovação, educação, ciência e tecnologia, competitividade, rumos da globalização e inserção externa deveriam ser discutidos em profundidade, da mesma forma como se dá destaque a assuntos como violência, crime, MST, juros, câmbio e dança de cadeiras para o Ministério. O Ministério do Desenvolvimento deveria ser tão importante quanto o da Fazenda nesse desenho de nosso futuro.

Devemos estar conscientes da necessidade de olhar para a frente e de estar atentos às tendências dos próximos anos, sobretudo com o aparecimento da China e da Índia como potências globais econômicas, comerciais e políticas, que vão competir com o Brasil.

A dura realidade é que as mudanças sendo tão rápidas e constantes fazem com que o mundo avance célere e sem esperar que consigamos entender o que está acontecendo ou nos ajustemos aos novos tempos e às transformações em curso.

Sem ameaçar a estabilidade econômica e política, novas políticas terão de ser aprovadas, com o objetivo de criar incentivos para aumentar a poupança e o investimento, reverter a tendência da taxa de câmbio e de juros, promover a redução dos gastos públicos e reduzir a carga tributária. A geração de emprego dependerá do aumento da competitividade do setor produtivo com medidas concretas para reduzir ou eliminar o custo Brasil, responsável por mais de 35% nos preços finais da produção nacional. O comércio exterior deveria ser colocado em um nível decisório mais elevado para que seja tratado com a prioridade que merece, uma vez que é uma das variáveis mais importantes do crescimento econômico.

Exportações

Estamos de acordo em transformar o Brasil em um país exportador de matérias-primas e produtos agrícolas? Com a perda de espaço dos manufaturados, mais de 50% de nossas exportações são de produtos primários, situação que poderá agravarse com a entrada, nos próximos anos, da produção dos campos de petróleo do pré-sal.

Vamos deixar o setor industrial desaparecer, a exemplo do que ocorreu na Argentina? A indústria que já representou mais de 20% do PIB viu sua participação reduzir-se a 15%. O consumo doméstico, que era atendido pela produção nacional, hoje depende em mais de 20% das importações. As empresas brasileiras, sem capacidade de competir nem interna nem externamente, ou estão fechando suas portas, transformando-se em montadoras e importadoras, ou passaram a produzir no exterior. As importadoras representam o dobro das exportadoras. É isso que queremos?

Chegou a hora de focalizar os temas que possam colocar o Brasil em bases sólidas e não ilusórias, entre os países de relevo na economia e na política mundiais.

Foi muito concorrida a posse do Beto


Na manhã de hoje, 01 de Janeiro, em um dia que já nasceu ensolarado, o Beto Richa tomou posse. No concorrido ato estiveram presentes mais de mil e quinhentas pessoas. Entre os presentes para o saudar estavam desde autoridades estaduais, lideres religiosos até representantes diplomáticos de outras nações, como lideranças indígenas, representantes de comunidades carentes, caravanas vindas do interior, etc., o que tornou a mesma uma festa popular.

A solenidade começou na ALEP, onde ocorreu a diplomação, e depois teve continuidade no ato formal de transferência de cargo em frente ao Palácio do Governo, já que o mesmo ainda não conta com o habite-se, pois embora reinaugurada a obra ainda não se encontra pronta.

Na ALEP e em frente ao Palácio das Araucárias o Beto deu o tom em seu discurso ao abordar de forma propositiva os futuros caminhos a serem trilhados pelo Paraná, como ao dizer no que o seu governo será diferente do governo anterior ao apontar os sérios erros cometidos pelos seus antecessores Requião e Pessuti Em discurso Richa definiu como "preocupante" a situação deixada pelo governo de Roberto Requião e Orlando Pessuti:

"Não é o tipo de herança que gostaria de ter recebido. É reprovável o legado que coloca o Estado na obrigação de promover um duro ajuste emergencial, que certamente vai exigir sacrifícios ainda não totalmente dimensionados pela nossa equipe de transição. Enfim, os quase trinta anos de prática democrática já deveriam ter servido para desestimular completamente as aventuras daqueles que se acham donos da coisa pública e usuários dos recursos de todos".

"Lamento que o espírito republicano que pressupõe um bom relacionamento interpartidário tenha sido um vago espectro para alguns dirigentes. Rejeito o comportamento fundamentalista que amedronta a todos".

"O Paraná tem pressa em recuperar o desenvolvimento. Vi uma máquina pública ineficiente, que não pode continuar sendo um teste de paciência aos paranaenses".

Estes ao deixarem a governança deixam um estado com sérios problemas de caixa a serem superados pelo atual governo. Para o Beto isto não assusta, já que que tem a máxima certeza de estar preparado para enfrentar qualquer desafio, como encontrar soluções para corrigir todas as mazelas herdadas do governo Requião/Pessuti:

"Estamos prontos para enfrentar os gargalos da infraestrutura. Como disse na campanha eleitoral, estamos prontos para tratar de forma responsável questões essenciais, como o pedágio e suas tarifas incompatíveis com a realidade paranaense".

"O Paraná tem pressa em recuperar o desenvolvimento. Vi uma máquina pública ineficiente, que não pode continuar sendo um teste de paciência aos paranaenses".

Parabéns Beto!

‘O presidente esteve a ponto de se tornar um autoritário’


Do Estadão

Entrevista com Chico de Oliveira, professor aposentado de sociologia da USP

Qual leitura o sr. faz dos oito anos do presidente Lula?

O balanço geral é mediado. Essa história de “nunca antes neste país” é conversa fiada. O País com Lula não está nada acima da média histórica de crescimento da economia brasileira. Nesse quesito, ele vai bem na comparação com o período do Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), em que o PIB (Produto Interno Bruto) foi fraco. O Brasil foi a segunda economia mundial a crescer sustentadamente durante um século. Mas foi um crescimento feito sem nenhuma distribuição de renda. A gestão do presidente Lula não diminuiu desigualdade nenhuma, isso é lenda criada a partir de muita propaganda. O que houve foi uma transferência de renda a partir do governo para os estratos mais pobres. Distribuição ocorre quando existe a mudança da renda de uma classe social para outra. Nesse sentido, não houve nenhum avanço.
O sr. poderia explicar esse conceito de distribuição de renda?
A renda é gerada pelas atividades econômicas, e cada classe social se apropria do tipo de rendimento que ela tem no sistema capitalista. O capitalista se apropria de lucro, os trabalhadores, de salário. O governo de apropria de impostos.

O sr. concorda com os que afirmam que Lula é um mito?

Sim. Qual o maior mito que você conhece?

Não sei, Getúlio Vargas….

Vargas era real, você podia tocar nele. O maior mito é o Cristo. Poucos o viram. Modestamente, alguns historiadores da religião foi Paulo, e não Cristo. Entre o real e a figura, o mito, váras vezes, acaba sendo o real. Dos quatro evangelhos canônicos, apenas Mateus e João conheceram o Cristo, Lucas e Marcos não o conheceram. Então, como acontece em todos os casos, com o Lula o mito é maior do que a realidade. Ele construiu um mito poderoso devido a vários fatores, ent re os quais, conta o muito o fato de ele ser de origem pobre. Até hoje o presidente é considerado um operário, mas não pega em uma ferramenta há 50 anos. Isso o ajuda a fomentar uma figura.

E o Bolsa-Família?

Nós fomos educados na ética cristã, que nos impede de sermos indiferentes à fome. Então, ninguém pode ser contra. Agora, politicamente, o programa diz que o crescimento econômico continua sendo excludente, que é preciso algo por fora do salário para dar condições de vida às pessoas. Outro fator grave é que ele é uma regressão, uma volta à política personalista, baseada no favor, algo ruim da tradição brasileira.

André Singer, cientista político e ex-assessor de Lula na Presidência, compara os anos Lula aos de Roosevelt (presidente dos EUA entre 1933 e 1945 e recuperou a economia daquele país). O senhor concorda?
Respeito muito o André como intelectual. Ele elevou o nível de debate no PT. Mas acho que há um equívoco da parte dele. Lula não pegou o País em uma grave crise. Os anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) não foram gloriosos, mas não foram de quebradeira, de jeito nenhum. Roosevelt pegou os EUA no fundo da crise. Além disso, o André se esquece de que Roosevelt acabou com o trabalhismo americano. Entre as grandes democracias do mundo, a única na qual os trabalhadores não têm um partido é a dos EUA.

O sr. vê traços autocráticos no presidente Lula?

Montado nessa popularidade, ele exagerou, à beira de se tornar autoritário. Foi além dos limites. Só duas pessoas no século 20 disseram, como ele, que eram a encarnação do povo: Adolf Hitler e Joseph Stalin.

Lula e o PT chegaram ao Planalto fazendo um discurso forte contra a corrupção. O sr. se decepcionou nesse quesito?

O poder absoluto corrompe muito. O presidente do Brasil pode nomear muitos cargos. Não há partido que resista a uma coisa dessas. O PT se perdeu no poder, ficou menor do que o presidente e não consegue impor seu programa. Lula e o PT tem um estilo predatório de administrar o Estado e lidar com as finanças públicas.

Lula foi melhor do que Fernando Henrique Cardoso?

Fui muito amigo do Fernando Henrique durante 12 anos e nos afastamos quando ele virou presidente. Fui revê-lo depois que ele deixou Brasília. Sei quem ele é e já fiz essa comparação. Fernando Henrique fez muito mal ao Estado com as privatizações. Ele, com isso, quebrou a capacidade de o Estado regular a economia, quebrou alguns instrumentos construídos com o sacrifício do povo para que o Estado pudesse intervir na economia. Mas tentou avançar institucionalmente, e essa é a grande diferença entre eles. O Lula não tem uma criação institucional . A República não avançou um milímetro com Lula. O que é celebrado na gestão Lula não se transformou em regra. Getúlio Vargas (ditador e presidente do Brasil de 1930 a 1937 e presidente de 1951 a 1954), quando criou as leis trabalhistas, obrigou as empresas a seguirem as regras da nova legalidade, que significavam uma nova hegemonia. A sociedade caminha pela luta de classes dentro dos caminhos que a hegemonia cria. Não ocorreu isso com o governo Lula.

Mas e o aumento do salário mínimo não é um avanço?

Não, é um processo da economia, nada está garantido. Se amanhã a economia der para trás, o salário mínimo que se dane, não é um avanço. O salário mínimo do Juscelino Kubitschek (presidente entre 1956 e 1961) chegou, em valores de hoje, a R$ 1.500, e caiu porque as forças do trabalho não tiveram capacidade de sustentá-lo e porque logo depois viriam os gove rnos militares. Avanços são direitos. Para ficar na história como um estadista, não apenas como um presidente popular, Lula deveria ter transformado, por exemplo, o Bolsa-Família em legislação constitucional. Não fez reformas. O Lula não é um estadista, de jeito nenhum. Ele não é aquele que constrói instituições que significam uma nova hegemonia.

O sr. estava entre os fundadores do PT…

Isso de fundador não faz muita diferença. Muita gente estava na fundação do partido (no colégio Sion, em São Paulo, em 1980) e depois nunca mais apareceu. O que interessa é a militância, e eu fui militante.

Como o sr. acha que a era Lula ficará para a História?

Se os historiadores tiveram juízo, ele será lido como o presidente mais privatizante da História. Ele não é estatizante, isso é falso, uma lenda que a imprensa inventou e que ele usa como arma. Ele é privatizante no sentido de estar criando regras para que poucos grupos controlem a economia brasileira, usando o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) para isso. Com Lula, nós estamos entrando naquilo que a teoria marxista chamava de capitalismo monopolista de estado, do qual não há volta. Todas as vezes que essas forças crescem, as dos trabalhadores diminuem. É esse país que ele vai legar para a Dilma.

Os bons resultados da economia não dizem nada para o sr?

Juscelino teve as taxas mais altas de crescimento, mas mudou pouco o País institucionalmente. Todas as realizações dele deram para trás porque não existiam instituições para segurar esses êxitos.

Diante da alta popularidade de Lula, o sr. se arrepende de ter saído do PT?

De jeito nenhum. Esse negócio de popularidade é como maré, vai e volta.

 
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