quinta-feira, 20 de maio de 2010

Vargas e Osmar voltam a se bicar

Do blog do Eduardo Schneider

O deputado André Vargas não se conforma com o estilo, que considera “marcha lenta”, do senador pedetista Osmar Dias tomar decisões e fazer política.

Depois de analisar os números do Vox Populi sobre a sucessão no Paraná (Beto Richa 40, Osmar Dias 33 e Orlando Pessuti 10) o petista concluiu que o quadro estaria invertido se o senador pedetista não fosse tão devagar para se decidir.

“Se quiser, Osmar será Governador do Paraná. Gleisi e Requião Senadores”, analisa Vargas em seu twitter.

“Se Osmar já estivesse coligado com PT, PR, PSC e PCdoB já estaria na frente do Beto”, afirma o deputado petista. Ele acredita que só o estilo claudicante de Osmar impediu que ele liderasse a corrida pelo governo do Estado.

“Estamos maduros para decidir. PMDB, PT e PDT. Pelo Paraná”, insiste o deputado tentando quebrar pela insistência o que considera como “marasmo” de Osmar.

A diferença de estilos entre o deputado André Vargas e o senador Osmar Dias pode se tornar um obstáculo difícil de transpor para compor a aliança.

PDT dá o troco
Os partidários do senador Osmar Dias não escondem sua irritação com esse novo surto verborrágico do deputado André Vargas.

Alguns, mais agressivos, recordam que Vargas deveria ser mais prudente ao fazer vaticínios eleitorais sobre os outros, visto que não parece capaz de fazer previsões confiáveis nem sobre o próprio desempenho eleitoral.

Lembram que André Vargas, que agora quer ditar os rumos da sucessão estadual, mal acabou de sair de um vexame inesquecível em Londrina. Em 2008 Vargas disputou a prefeitura da cidade pelo PT e ficou em quinto lugar com 14.506 votos. Uma votação de vereador.

Só para recordar e colocar as coisas em sua devida perspectiva, dizem os pedetistas, basta lembrar que, na última eleição que participou, em 2006, Osmar Dias fez 2.658.132 votos.

Para os pedetistas, antes de fazer prognósticos definitivos sobre a sucessão estadual, seria bastante apropriado que André Vargas fizesse uma avaliação sobre o que deu errado com ele mesmo em Londrina na eleição de 2008.

Pesquisa Vox Populi mostra Beto Richa na frente, com 40% das intenções de voto


Pesquisa do Instituto Vox Populi, divulgada no dia 18 pela Band TV, mostrou que o pré-candidato do PSDB ao Governo do Estado, Beto Richa, é o preferido da maioria dos paranaenses, com 40% das intenções de voto.

“Fico bastante honrado em receber já neste momento a confiança dos paranaenses na força do nosso trabalho”, afirmou Richa. “Recebo o resultado com humildade. Demonstra que estamos no caminho certo.”

O senador Osmar Dias (PDT) está sete pontos atrás, com 33%, e o governador Orlando Pessuti (PMDB) tem 10%. Rubens Bueno (PPS) tem 3% das intenções de voto e Luiz Felipe Bergmann (PSOL) e Paulo Salamuni (PV), 1%. O pré-candidato Lineu Tomass (PMN) não alcançou 1%.

Dois por cento dos entrevistados declararam que votarão nulo ou em branco. Dez por cento dos entrevistados não souberam ou não responderam à pesquisa. Foram ouvidas 700 pessoas nos dias 8 a 12 de maio. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número 1132/2010.

PT articula discretamente 2º palanque para Dilma no Paraná


Do blog do Fábio Campana

O PT está mandando sinais cada vez mais fortes para estimular a candidatura ao governo de Orlando Pessuti, do PMDB. As negociações com Pessuti estão sendo conduzidas com toda a discrição e sigilo. Tudo é feito para não melindrar o senador pedetista Osmar Dias, considerado ainda um possível aliado. Mas Osmar é visto também como um aliado relutante, um político instável, dado a reações intempestivas, que poderia usar a aproximação dos petistas com Pessuti como pretexto para romper de vez as negociações com o PT.

A análise que o Partido dos Trabalhadores faz do quadro político do Paraná é preocupante. O cenário é de insegurança total. Ninguém, talvez nem o próprio senador Osmar Dias, sabe o rumo que o PDT vai tomar nas eleições. Osmar tanto pode resolver, na última hora, disputar o governo do estado – como fez em 2006 – quanto voltar a compor com seus antigos correligionários do PSDB e partir para buscar uma vaga no Senado. No PT a avaliação é que seria uma loucura sentar e esperar pela decisão de Osmar sem ter articulado um consistente plano B.

O único plano alternativo do PT, tanto para a hipótese de Osmar desistir, quando para a perspectiva do senador protelar sua decisão até a última hora, é jogar pesado na candidatura de Pessuti a quem vem sendo feitas propostas objetivas para uma aliança. O governador apareceu com dois dígitos na pesquisa Vox Populi (10% das intenções) e a manutenção de sua candidatura seria essencial para evitar a vitória do tucano Beto Richa (40%) no primeiro turno se a eleição fosse hoje. Osmar Dias tem 33% das intenções de voto no Vox Populi, e os candidatos nanicos não somam percentual suficiente para assegurar um segundo turno.

Garantir que Pessuti saía candidato em qualquer circunstância – em aliança formal com o PT ou em acordo branco – é essencial para que o PT e seu projeto político não fiquem, no Paraná, inteiramente nas mãos do imprevisível senador Osmar Dias. O PT analisa as conseqüências de Osmar vir cumprir as insinuações e ameaças que faz de aceitar os convites que recebe do PSDB para refazer a aliança de 2006 e 2008 e disputar uma vaga no Senado. Nesse caso, se não contar com Pessuti, o partido corre o risco de ficar sem palanque para Dilma Rousseff e a situação, no Paraná, que hoje é favorável a José Serra (44% a 32% para Dilma, segundo o Vox Populi) pode ficar desastrosa.

“Pesquisa boa é a que me é favorável”


“Pesquisa boa é a que me é favorável”. Esta frase pode muito bem resumir a forma como os candidatos veem os levantamentos de intenção de voto. Muito mais do que uma ferramenta de diagnóstico do quadro eleitoral, as pesquisas se tornaram importantes fatores de prognóstico das disputas, tanto devido a sua capacidade de influenciar diretamente na decisão dos eleitores no dia da votação, seja pelo “efeito manada” que provocam, seja pelo estímulo ao chamado “voto útil”, quanto pela forma com que ajudam a desenhar o mapa de alianças políticas e a distribuição de apoio financeiro às candidaturas antes e durante as campanhas.

Diante disso, é cada vez mais comum vermos candidatos e partidos vir a público reclamar que seu desempenho nas urnas foi prejudicado pelas pesquisas. Em alguns casos, a má performance nos levantamentos pode abater uma candidatura antes mesmo dela alçar voo. Que o diga Ciro Gomes (PSB). Desde o início do segundo mandato de Lula, o político cearense, sem papas na língua, levantou polêmicas de olho em um possível aval do presidente à sua pretensão de se lançar ao Planalto nas eleições deste ano. Lula, no entanto, escolheu não só antecipar a campanha como, já em meados do ano passado, informava que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, era sua candidata, frustrando Ciro.

O que vimos foi que a decisão do presidente acabou por adiantar também o calendário das pesquisas. No início, Dilma, uma desconhecida para grande parte do eleitorado, não obtinha números expressivos, mas logo já aparecia à frente de Ciro. E este, por mais que tentasse chamar a atenção, não conseguiu virar o jogo contra a agora ex-ministra e pré-candidata do PT. Diante da estagnação do nome de Ciro e do avanço de Dilma nos levantamentos subsequentes, só restou ao PSB embarcar na campanha da situação, deixando o ex-governador do Ceará a ver navios.

O pré-candidato do PSDB, José Serra, por sua vez, evitou ao máximo entrar no clima de campanha antecipada. Bem colocado desde as primeiras pesquisas para as eleições presidenciais deste ano, inicialmente com chances de até vencer ainda no primeiro turno, o ex-governador de São Paulo achou que com isso evitaria a ascensão do nome de Dilma. Ledo engano. Com o debate eleitoral estimulado por Lula, o que já lhe gerou várias multas pelo uso ilegal da máquina pública em prol de sua candidata, já nas ruas, a ex-ministra colando a sua imagem a do presidente em inaugurações, visitas oficais, etc. passou a capitalizar a enorme popularidade do presidente, principal combustível de sua candidatura.

Gradualmente, a petista encurtou a distância para Serra, passando a ser mera questão de tempo começarem a surgir pesquisas mostrando-a empatada ou à frente do tucano, mas este crescimento da popularidade tem um limite e tende a desestabilizar a partir do momento em que a campanha esteja legalmente nas ruas e começe a acontecer os debates entre os reais candidatos, pois o Lula não é a Dilma e o Serra não é o FHC.

Tamanha é a importância dada às pesquisas na corrida eleitoral que se torna inevitável elas serem alvo de um jogo sujo em torno de seus resultados. De quem as encomenda à empresa escolhida, passando pela formatação das perguntas, escolha da amostragem, abordagem de entrevistados e tabulação das respostas, tudo pode ser usado para que elas se mostrem favoráveis a este ou aquele candidato. E em um pleito disputado como este parece que vai ser, podemos esperar ainda muita discussão sobre esta questão.

Pré-candidatos fazem promessas em encontro com prefeitos


Do G1

Uma plateia de mais de mil prefeitos se reuniu nesta quarta em um hotel às margens do Lago Paranoá, em Brasília, para ouvir os três pré-candidatos à Presidência da República que ocupam as primeiras posições nas pesquisas de intenção de voto - Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV).

Eles prometeram, caso eleitos, organizar uma força nacional permanente para calamidades (Serra), criar um sistema único de educação (Marina) e atuar para ampliar os recursos destinados à saúde (Dilma).

O encontro fez parte da programação da 13ª Marcha Nacional de Prefeitos. Os pré-candidatos não se encontraram. Cada um teve uma hora para falar e responder a perguntas formuladas pelos prefeitos. As questões - as mesmas para os três pré-candidatos -eram apresentadas em uma gravação de áudio.


José Serra

O primeiro a falar, conforme sorteio, foi José Serra. Aplaudido de pé ao entrar no auditório, ele criticou a política de redução temporária de impostos aplicada pelo governo, que, segundo afirmou, teria prejudicado os municípios.

Segundo Serra, é preciso evitar a redução de impostos partilhados pelos municípios e que afetem os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Uma alternativa proposta pelo pré-candidato seria o atraso na cobrança de impostos da União.

“Acho que precisamos construir mecanismos que impeçam essa redução no FPM. Houve uma assimetria porque o governo renunciou à receita e quem mais perdeu foram os estados e municípios”, argumentou.

Ele também defendeu a criação de uma força nacional permanente para agir nas situações de calamidades públicas causadas por catástrofes climáticas e disse “não ser impossível” fazer o mapeamento das áreas de risco dos mais de 5,5 mil municípios brasileiros.

“Nós vamos organizar uma força nacional permanente para cuidar de calamidades. Disponível para ir para os lugares quando for necessário, preparada tecnológica e cientificamente, preventiva. Por exemplo: temos que ter o mapeamento definitivo de todas as áreas de risco dos municípios do Brasil. Isso não é impossível, não. Temos que ter ação preventiva”, afirmou.

Ex-ministro da Saúde, Serra defendeu garantias para que o setor receba atenção sem onerar os municípios. “Não dá para aprovar lei no congresso que leva a um aumento obrigatório dos municípios sem ouvir os municípios”. Ele apontou uma “desaceleração” no desenvolvimento da saúde no atual governo.
A pré-candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, participa de debate na 13ª Marcha de Prefeitos a Brasília. Marina Silva nesta quarta no encontro com prefeitos


Marina Silva

Inspirada no Sistema Único de Saúde (SUS), a pré-candidata do PV, Marina Silva, prometeu, se eleita, criar o Sistema Único de Educação. “A Conferência Nacional da Educação propôs um sistema único de educação. Eu acho que é uma saída. Da mesma forma que temos o SUS [Sistema Único de Saúde], vamos ter o Sistema Único da Educação, que pense a educação desde a educação infantil até a universidade”, afirmou.

Professora, ela se disse favorável ao aumento dos recursos destinados à educação fundamental de 4% para 5% do Produto Interno Bruto (PIB) e pregou saídas alternativas para a criação de creches que possam solucionar o problemas dos pais e mães de família que não têm lugar para deixar os filhos enquanto trabalham.

“É fundamental que a gente possa ter ação compartilhada buscando saídas inovadoras para questão da cresce. É possível fazer creches comunitárias”, disse Marina. “Como professora e como mãe que já trabalhou e que muitas vezes teve que sair 5h da manhã para deixar a filha na casa de um parente, sei o quanto é importante ter um espaço digno para deixar o filho para poder ir trabalhar”, complementou.

Assim como Serra, ela foi recebida com aplausos de pé pelos prefeitos presentes ao entrar no auditório. A pré-candidata se emocionou ao falar dos 30 anos que passou no PT e disse que deixou o partido para lutar pelo desenvolvimento sustentável no Brasil.

Ela elogiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Segundo Marina, “Lula foi um líder porque reduziu a pobreza e FHC foi um líder porque criou o Plano Real”. A pré-candidata se emocionou ao falar dos 30 anos que passou no PT e disse que deixou o partido para lutar pelo desenvolvimento sustentável no Brasil.

Na disputa pela Presidência, a pré-candidata do PV se comparou a David, que na mitologia derrotou o gigante Golias ao atingí-lo com uma pedra no olho. Mas ressalvou: “Por favor, não saiam dizendo que eu quero acertar a Dilma ou o Serra na testa com uma pedra. A pedra no lugar certo neste caso é defendendo ideias, projetos de país, aquilo que interessa”, afirmou.
Dilma participa de sabatina na XIII Marcha a Brasília em Defesa dos MunicípiosDilma

Dilma Rousseff

A exemplo de Serra e Marina, a última a falar, Dilma Rousseff (PT), foi recebida com aplausos de pé pelos prefeitos presentes ao auditório. Ela criticou a relação entre o governo federal e os prefeitos durante o governo do antecessor de Lula, Fernando Henrique Cardoso.

Segundo ela, diálogo não se faz "com cães nem com a polícia em cima dos prefeitos". De acordo com o ministro das o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, “em 1998, quando teve a primeira marcha dos municípios, os prefeitos vieram ao Congresso Nacional e tentaram fazer uma reunião com o presidente da República na época e foram recebidos com cachorros. [Houve uma] mudança na relação federativa, que o presidente [Lula] estabeleceu a partir de 2003”, disse.

Ex-ministra da Casa Civil, Dilma defendeu a distribuição dos recursos dos royalties do pré-sal a todos os municípios, com a participação da Confederação Nacional dos Municípios (CMN) em uma negociação para a criação de um nova regra de distribuição do dinheiro provenienete da extração do petróleo.

A pré-candidata petista defendeu a recomposição das receitas aos municípios, afetadas pela crise econômica mundial. “Diante dessa crise, o governo foi parte da solução. Nós fomos os últimos a entrar e os primeiros a sair. Mas eu acho que essa crise trouxe uma medida compensatória que foi feita em relação à arrecadação das prefeituras. Nós recompusemos as receitas no nível de 2008.”, afirmou.

Dilma disse assumir o compromisso, caso eleita, de regulamentar a emenda 29 para ampliar a fatia dos recursos para a área da Saúde como forma de compensar a perda estimada de R$ 40 bilhões que o setor sofreu quando foi extinta a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).

“Assumo o compromisso de lutar pela emenda 29, sobretudo considerando os princípios de universalização de melhoria na qualidade da saúde. Não sou pessoa que me presto a demagogia. Quando se trata de questões tão relevantes como a saúde da população brasileira, sabemos que houve uma perda de R$ 40 bilhões quando a CPMF foi extinta”, disse.

Filme "Corações Sujos"

Na foto da capa do livro os "sete heróis" de Tupã - Shimpei Kitamura, Shinguetaka Takagui, Isamu Matsumoto, Sincho Nakamine, Eiiti Sakane, Isao Mizushimam e Tokuiti Hidaka - logo após deixarem a cadeia de Marília.

FILME

Baseado na obra de Fernando Morais, a história do grupo paramilitar japonês Shindo Renmei agora será transformada em filme por Vicente Amorim, diretor de “O Caminho das Nuvens”, com Wagner Moura, e “Um Homem Bom”, estrelado pelo norte-americano Viggo “Aragorn” Mortensen.

"Corações Sujos" já está em produção e conta com a participação de integrantes da equipe que criou o drama “Cartas de Iwo Jima”, de Clint Eastwood. As filmagens acontecerão em Paulínia (SP) e o filme tem orçamento de R$ 8 milhões.

Em entrevista Vicente Amorim contou que a maioria dos diálogos será em japonês, com adaptação de Yuki Ishimaru, responsável pelos diálogos de “Cartas de Iwo Jima”. “Corações Sujos” terá novamente o ator Wagner Moura, mas o elenco será predominantemente japonês, para que as falas sejam perfeitas e o elenco atraia o público nipônico, já que o filme também está sendo comercializado no Japão.

Corações Sujos conta a história da Shindo Renmei, ou “Liga do Caminho dos Súditos”, uma seita nacionalista japonesa que nasceu em São Paulo logo após o fim da Segunda Guerra Mundial e aterrorizou a colônia de japoneses no Brasil. Seus seguidores acreditavam que a notícia da rendição nipônica não passava de um golpe de propaganda dos aliados para acabar com o orgulho dos japoneses e não aceitavam o fato de que o Japão havia sido derrotado. Com isso, em poucos meses, os mais de 200 mil imigrantes que viviam no Estado de São Paulo estavam divididos entre os kachigumi, os “vitoristas” da Shindo Renmei, apoiados por 80% da comunidade japonesa no Brasil, e os makegumi, ou “derrotistas”, apelidados de “corações sujos” pelos militantes da seita.

Organização militarista e seguidora cega das tradições de seu país, a Shindo Renmei declarou guerra aos “corações sujos” pela acusação de traição à pátria pelo crime de acreditar na verdade – ou seja, que o Japão havia se rendido – e passaram a perseguir e assassinar os “derrotistas”. Em pouco mais de um ano, entre 1946 e 1947, os matadores da Shindo Renmei percorreram o Estado de São Paulo realizando atentados que levaram à morte 23 imigrantes e deixaram cerca de 150 feridos. Grande parte destes fato ocorreram na região da cidade de Tupã/SP.

Os encarregados de promover a "justiça" dentro da colônia e salvar a honra japonesa eram os chamados tokkotai. Matadores, na sua maioria sem experiência, eles perseguiam os traidores do Japão, filhos da pátria que confessavam publicamente acreditar na derrota do país. Eles promoviam o acerto de contas entre os japoneses. Os brasileiros nada tinham a ver com a questão, tanto que, os tokkotai entregavam-se à polícia, após a execução dos traidores.

O mais famoso grupo de tokkotai era o formado pelos sete "heróis" de Tupã. Eles chegaram a ser presos por tentarem assassinar um brasileiro (o cabo Edmundo, do interrogatório) por um crime mortal por ele cometido: desonrar a Hinomaru, a bandeira japonesa. Após ser solto, o grupo foi recebido como herói na colônia japonesa em Marília, interior paulista.

O HISTÓRICO DA IMIGRAÇÃO JAPONESA

O Japão estava superpovoado no século XIX. O país tinha ficado isolado do Mundo durante os 265 anos do período Edo (Xogunato Tokugawa), sem guerras, epidemias trazidas do exterior ou emigração. Com as técnicas agrícolas da época, o Japão produzia apenas o alimento que consumia, sem praticamente formação de estoques para períodos difíceis. Qualquer quebra de safra agrícola causava fome generalizada.

O fim do Xogunato Tokugawa deu espaço para um intenso projeto de modernização e abertura para o exterior durante a era Meiji. Apesar da reforma agrária, a mecanização da agricultura desempregou milhares de camponeses. Outros milhares de pequenos camponeses ficaram endividados ou perderam suas terras por não poder pagar os altos impostos, que, na era Meiji, passaram a ser cobrados em dinheiro, enquanto antes eram cobrados em espécie (parte da produção agrícola).

Os camponeses sem terra foram para as principais cidades, que ficaram saturadas. As oportunidades de emprego tornaram-se cada vez mais raras, formando uma massa de trabalhadores miseráveis.

A política emigratória colocada em prática pelo governo japonês tinha como principal objetivo aliviar as tensões sociais devido à escassez de terras cultiváveis e endividamento dos trabalhadores rurais, permitindo assim a implementação de projetos de modernização.

A PRÉ-IMIGRAÇÃO

Apesar de receber japoneses durante o final do século XIX e nos anos iniciais do século XX, na condição de visitantes, somente em 1906 chegou ao Brasil um grupo significativo disposto a estabelecer uma colônia.

Liderados por Saburo Kumabe, o grupo situou-se em 1907 na fazenda Santo Antônio, no atual município de Conceição de Macabu (então distrito de Macaé), no estado do Rio de Janeiro. A colônia durou cinco anos, fracassando por razões diversas. Além da falta de investimentos, epidemias e saúvas, o principal problema foi que se tratava de um grupo heterogêneo de pessoas - advogado, professores, funcionários públicos - sem agricultores com experiência em cultivar a terra.

A IMIGRAÇÃO

Os primeiros imigrantes japoneses chegaram ao Brasil em 1908. A grande maioria dos imigrantes japoneses pretendia fazer fortuna para depois retornar ao Japão.

O Kasato Maru é considerado pela historiografia oficial como o primeiro navio a aportar no Brasil com imigrantes japoneses. A viagem de 52 dias começou no porto de Kobe e terminou no Porto de Santos em 18 de Junho de 1908. Vieram 165 famílias (781 pessoas) que foram trabalhar nos cafezais do oeste paulista.

O recebimento não foi especialmente caloroso. Apenas um jornalista elogiou os imigrantes dizendo que eles eram "limpos", coisa não muito comum entre os europeus naquela época. A revista carioca "O Malho" em sua edição de 5 de dezembro de 1908 publicou uma charge de imigrantes japoneses com a seguinte legenda: "O governo de São Paulo é teimoso. Após o insucesso da primeira imigração japonesa, contratou 3.000 amarelos. Teima pois em dotar o Brasil com uma raça diametralmente oposta à nossa".

O contrato previa que a estada dos imigrantes nas fazendas deveria ser de cinco anos, porém as más condições fizeram com que a maioria saísse das fazendas no mesmo ano.

Somente em 28 de junho de 1910, chegou a Santos outro navio, o Ryojun Maru, trazendo mais 906 imigrantes japoneses.

Com o fim da Primeira Guerra Mundial, o fluxo de imigrantes japoneses para o Brasil cresceu enormemente e a imigração de japoneses continuou em ascensão. Em 1914, quando o governo de São Paulo interrompeu a contratação de imigrantes, a população japonesa no Brasil era estimada em apenas 10 mil pessoas. Até 1915, chegaram no Brasil mais 3.434 famílias (14.983 pessoas) de imigrantes japoneses.

Entre 1917 e 1940, vieram 164 mil japoneses para o Brasil e o destino foi principalmente o Paraná. A maior parte dos imigrantes chegou no decênio 1920-1930.

Os recém-chegados depararam-se com uma terra completamente diferente de sua pátria: língua, costumes, religião, alimentação, clima, enfim, tudo era diferente daquilo a que eles estavam acostumados.

A política de imigração da República Velha pretendia "branquear" o Brasil. Imigrantes japoneses só foram aceitos pois diminuía muito o fluxo de imigrantes italianos.

Nesse contexto, o imigrante japonês era visto com desconfiança já que possuía hábitos completamente diferentes dos brasileiros e de outros imigrantes estrangeiros. Os japoneses organizavam-se em comunidades fechadas, poucos aprendiam a língua portuguesa e evitavam contatos com os brasileiros e outras comunidades de imigrantes. Estes fatos contribuíram ainda mais para aumentar a desconfiança contra eles.

Apesar de tudo, o Brasil possuía já na década de 1930, a maior comunidade de imigrantes japoneses do mundo.

A COLÔNIA JAPONESA E A DITADURA DO ESTADO NOVO

A ditadura do Estado Novo implantado por Getúlio Vargas procurou ressaltar o nacionalismo brasileiro através da repressão à cultura dos imigrantes que formavam comunidades fechadas como os japoneses e alemães. O decreto nº 383 de 18 de abril de 1938 determinou várias proibições aos estrangeiros: não poderiam participar de atividades políticas, formar qualquer tipo de associação, falar idiomas estrangeiros em público ou usá-los para alfabetização de crianças. A transmissão de programas de rádio em idiomas estrangeiros foram proibidos. As publicações impressas (jornais, revistas) em idiomas estrangeiros foram proibidas, a não ser que fossem bilíngües, japonês-português por exemplo. Como a publicação em idioma japonês ficou muito cara, jornais e revistas deixaram de circular.

Em 1939, uma pesquisa da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, de São Paulo, mostrava que 87,7% dos nipo-brasileiros assinavam jornais em idioma japonês, um índice altíssimo de leitura no Brasil da época. O decreto nº 383 de 1938 praticamente acabou com a disseminação de informações na comunidade japonesa, pois boa parte desta sequer compreendia o idioma português.

Quando o Brasil declarou guerra ao Japão, em 1942, a chegada de novos imigrantes do Japão foi proibida, as cartas não mais chegavam, os nipo-brasileiros passaram a não poder viajar pelo território nacional ou residir em certos locais (como no litoral) sem salvo-conduto expedido por autoridade policial, e os aparelhos de rádio foram apreendidos para que não se ouvissem transmissões em ondas curtas do Japão.

Durante todo o período da Segunda Guerra Mundial, a comunidade de nipo-brasileiros ficou sem receber notícias do Japão e sem imprensa escrita ou falada que usasse o idioma japonês. A falta de informações sobre o Japão passou a ser total.

A SHINDO REINMEI

Shindo Renmei não foi a primeira nem a única organização "patriótica" criada por nipo-brasileiros. Várias outras existiram, mas nenhuma praticou atos terroristas. A maior parte delas foram organizações de auxílio mútuo da comunidade nipo-brasileira.

Alguns católicos japoneses (Keizo Ishihara, Margarida Watanabe e Massaru Takahashi) criaram, com a aprovação da Igreja Católica e das autoridades do governo, uma caixa beneficente, chamada simplificadamente de "Pia", com o objetivo de prestar ajuda aos membros pobres da colônia.

Um ex-coronel do exército japonês, Junji Kikawa, participou das atividades da "Pia". Em 1942, após um violento confronto envolvendo brasileiros e japoneses na cidade de Marília, Junji Kikawa fundou a Shindo Renmei, a "Liga do Caminho dos Súditos", em idioma japonês). Em 1944, desligou-se da entidade beneficente "Pia", pois a diretoria desta opunha-se à propaganda que ele fazia do uso da sabotagem. Junji Kikawa imprimia e distribuía panfletos que aconselhavam os agricultores nipo-brasileiros a abandonar ou destruir a produção de seda (usada na fabricação de pára-quedas) e hortelã (o mentol derivado era utilizado para tornar a nitroglicerina mais potente). Ocorreram alguns atos de destruição de criação de bicho-da-seda e de plantações de hortelã de agricultores nipo-brasileiros, porém as autoridades policiais não investigaram os fatos devidamente e o assunto foi logo esquecido.

A Shindo Renmei tinha sede na rua Paracatu, nº 96, bairro da Saúde, na cidade de São Paulo. Chegou a possuir 64 filiais nos estados de São Paulo e Paraná. Mantinha-se com doações de seus filiados.
Bombardeio atômico sobre Nagasaki

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os integrantes da Shindo Renmei recusaram-se a acreditar nas notícias oficiais sobre a derrota do Japão. Seus objetivos então passaram a ser: punir os derrotistas, divulgar a "verdade" (que o Japão venceu ou vencia a guerra) e defender a honra do imperador.

A comunidade nipo-brasileira da época foi dividida pela Shindo Renmei em:

* Kachigumi: - os vitoristas, eram aqueles que acreditavam que a guerra continuava ou que tinha havido a vitória do Japão. Nem todos foram simpatizantes das ações da Shindo Renmei. Era constituído pelas pessoas mais pobres da comunidade e que ainda desejavam o retorno. Eram os mais numerosos.

* Makegumi: - os derrotistas, pejorativamente chamados de "corações sujos", eram os que acreditavam na derrota japonesa. Formavam o grupo mais próspero da colônia, eram melhor informados e melhor adaptados ao Brasil.

OS ASSASSINATOS RITUAIS

Matar de pronto não era uma prática comum entre os tokkotai. Antes de executar os escolhidos ocorria dentro deum ritual,onde surgiam ameaças de morte que aterrorizavam a colônia. Por meio de bilhetes ou sotoba, que eram plaquinhas de madeira pregadas nas portas das casas, cujo texto dizia: "Você tem o coração sujo, então deve ter a garganta lavada", o que significava a morte por degola por uma espada Katana. Para "morrer com honra" era dada a chance dos acusados de traição praticarem o suicídio (haraquiri). Seria utilizada por eles uma faca para cortar o ventre, onde a bandeira japonesa ficaria colocada.

Os matadores carregavam consigo uma espécie de ‘kit’, que continha a faca, a Hinomaru e mais uma carta de suicídio cívico, escrita por um calígrafo, falando da vergonha de ter pensado na derrota japonesa. Bastava o traidor assinar e cumprir o ritual. Contudo, nenhum dos traidores procurados pela Shindo Renmei aceitou cometer suicídio.

Os tokkotai entregavam-se às autoridades brasileiras logo após as execuções. Sempre explicavam que nada tinham contra o Brasil ou contra os brasileiros, e que não eram criminosos comuns, pois "matavam no estrito cumprimento do dever".

FALSIFICAÇÃO

Os kachigumi da Shindo Renmei utilizavam-se de falsificações grosseiras para consolidar entre os membros a idéia da vitória do Japão. Chegaram ao cúmulo de falsificar uma edição da revista americana Life, na qual estava publicada uma foto do gereral Douglas MacArthur que indicava ao representante japonês onde deveria assinar a rendição. Obviamente, a revista nunca havia sido publicada na língua nipônica, mas os líderes usaram a mesma foto, com o cuidado de alterar a legenda, forjando a ‘rendição americana’.

Havia também a clandestina Rádio Bastos, que transmitia noticiários totalmente fantásticos em japonês. Entre as ‘notícias’ veiculadas estavam mentiras absurdas como o suicídio de MacArthur ou a nomeação do aviador Charles Lindbergh como novo previdente americano, pela indicação do governo do Japão. Além disso, espertinhos multiplicavam-se pelo interior vendendo falsos lotes de terras na Oceania, para o novo processo de colonização após a vitória japonesa. Muitos imigrantes lotaram cidades portuárias a espera de um navio que retornaria a terra do Sol Nascente. A embarcação, é claro, nunca veio.

A RENDIÇÃO DO JAPÃO

O general Douglas MacArthur ainda foi responsável pela maior vergonha que os japoneses ao redor do mundo puderam sentir. Foi exigida do imperador Hiroíto a ‘Declaração da Condição Humana’. Com isso, no dia 1º de janeiro de 1946, ele renunciou publicamente à divindade. Ao contrário do que os japoneses acreditavam desde tempos imemoriais, ele não era descendente dos deuses. O pronunciamento ecoou às nove da manha nos alto-falantes das rádios de todo o Japão. Foi como se o chão faltasse naquele momento para os súditos.

Como o próprio Morais chegou a afirmar no caso das falsificações, ‘acreditava quem queria acreditar’. E mais de 120 mil imigrantes no Brasil acreditaram. Os membros da Shindo Renmei em pouco mais de 13 meses foram responsáveis pela morte de 23 "súditos" e deixaram cerca de 150 feridos. No mesmo período, o DOPS prendeu mais de 30 mil suspeitos e condenou 381 a penas que variavam de um a 30 anos de prisão.

TUPÃ

Em Tupã ocorreu o caso envolvendo o colono Koketsu e o cabo Edmundo, pois em uma festa da colônia o japonês asteou em um bambua HinoMaru (bandeira japonesa), o que para todos eles era um símbolo sagrado, mas o que pela legislação de guerra da época era considerado um crime grave.

Ao chegar no local,o cabo Edmundo,que era já conhecido da colônia por não gostar de orientais,deu dois golpes de cacetete nos ombros de koketsu.

Por ser um homem arrogante,pegou a bandeira,que para os japoneses é sagrada por conter o sol,a deus maior do xintoismo,e limpou as botas de bosta de vaca. Nenhum japones que estava no local aceitou tal ato.

Dias se passaram e a noticia logo correu pelas colônia japonesa e em uma noite7 homens vestidos de camisetas,uns de shorts e outros com calça arregaçada até o joelho passavam nas ruas de Tupã,portando cacetetes e katana.
Foram ate a Delegacia de Polícia com o objetivo de matar o cabo Edmundo pelo ato que havia cometido contra a bandeira japonesa.

Um soldado que estava protegendo a delegacia,impediu-os de entrar,porem depois de muita conversa,foi permitido que eles entrassem para verificar se o cabo estava lá, mas este não estava e eles foram até onde o cabo morava,de novo não encontraram ele,porem,a mulher que lá trabalhava,com medo,disse aonde ele se encontrava,na quadra de tênis.

Com suas espadas reluzentes sob a pouca luz que havia a cidade.Antes que chegassem,já era possivel ouvir o barulho das botas dos soldados do Exército indo a procura deles,pois o soldado da delegacia já havia comunicado o ocorrido. Encurralaram os 7 japoneses,e se sentindo seguro,surge o cabo Edmundo,para,como sempre,agredi-los,porém dessa vez foi diferente,antes que acontecesse de ele bater,o japones pulou para cima dele com a afiada katana,e logo em seguida,os soldados o imobilizou.Foram levados para a delegacia,e por curiosidades,todos eles tinham em seus peitos,a bandeira do Japão guerreiro,aquela usada pelo Exército japonês durante a guerra.Foram presos porem liberados mais tarde por um advogado.

OSVALDO CRUZ

O assassinato de um caminhoneiro brasileiro cometido por um outro caminhoneiro japonês, em 31 de julho de 1946, fez com que a população de Osvaldo Cruz saísse às ruas disposta a linchar todos os nipo-brasileiros que encontrasse. O tumulto foi controlado apenas com a chegada de tropas do Exército chamadas pelo médico Oswaldo Nunes.

O PRECONCEITO RACIAL, CULTURAL E RELIGIOSO CONTRA OS JAPONESES

A política de imigração brasileira era executada não só como um meio de colonizar e desenvolver o Brasil, mas também de "civilizar" e "branquear" o país com população europeia. A imigração de japoneses e chineses foi praticamente proibida em 1890. Neste ano, o decreto nº 528 assinado pelo presidente Deodoro da Fonseca e pelo ministro da Agricultura Francisco Glicério determinava que a entrada de imigrantes da África e da Ásia seria permitida apenas com autorização do Congresso Nacional. O mesmo decreto não restringia, até incentivava, a imigração de europeus. Somente em 1892, foi aprovada a lei nº 97 que permitia a entrada de imigrantes chineses e japoneses no Brasil e, assim, o decreto nº 528 de 1890 perdeu seu efeito.

O preconceito contra o recebimento de imigrantes japoneses ou chineses era muito forte. Todos asiáticos eram considerados raças inferiores que prejudicariam o "branqueamento" que ocorria no Brasil com o recebimento de imigrantes europeus. Havia também o medo do "perigo amarelo", isto é, que as grandes populações de orientais se espalhassem étnica e culturalmente pelas Américas. O medo do "perigo amarelo" tinha sido exacerbado pelo expansionismo militarista do império nipônico que, buscando conquistar terras para colonizar, derrotou a China em 1895 e a Rússia, em 1905 (a segunda derrota de um país europeu em frente a um não-europeu nos tempos modernos, a primeira sendo a Itália perante a Etiópia em 1896). Finalmente, havia o sentimento de que o imigrante japonês era um "quisto inassimilável" devido a seus costumes e religião.

As idéias racistas, a paranóia derivada da ameaça do "perigo amarelo" (a expressão é atribuída ao kaiser Guilherme 2º, da Alemanha, quando incitou os russos a guerrearem contra o Japão; mas ela ganhou força na crise da imigração japonesa nos EUA. De lá teria vindo para o Brasil) passam a tomar forma de ação ao se articular com as forças repressivas.

Com o acirramento dos sentimentos nacionalistas a partir do Estado Novo, em 1937, e com a entrada do Japão na Segunda Guerra ao atacar Pearl Harbor, em dezembro de 1941, o preconceito antinipônico deixa de atuar apenas no campo das idéias. Uma série de medidas contra os "súditos do Eixo" -alemães, italianos e japoneses- foram tomadas, e algumas delas foram particularmente doloridas para a comunidade nikkei no Brasil.

Em 25 de maio de 1945, a mais famosa dupla do jornalismo brasileiro, composta pelo repórter David Nasser e pelo fotógrafo Jean Manzon, publica, em "O Cruzeiro", uma matéria-ilustração inspirada em algo parecido feito pela americana "Time", com o objetivo de ensinar os brasileiros a distinguirem um japonês de um chinês. O japonês, segundo Nasser, entre outras coisas, é "de aspecto repulsivo, míope, insignificante".

Nas palavras do historiador Roney Cytrynowicz, em seu livro sobre o impacto da Segunda Guerra no dia-a-dia do paulistano ("Guerra sem Guerra"), "a opressão contra os imigrantes japoneses, diferente do que ocorreu com italianos e alemães em São Paulo, deixa claro que o Estado Novo moveu contra eles -a pretexto de acusação de sabotagem- uma campanha racista em larga escala".

Com o fim da Segunda Guerra, os japoneses além do já antigos preconceitos tanto racial como religioso ganharam mais estigmas, os de "fanáticos e terroristas".

A PERSEGUIÇÃO CONTRA A COLÔNIA E O DESBARATAMENTO DA SHINDO REINMEI

As estórias de assassinatos, especialmente aqueles com espada katana, espalharam o terror da Shindo Renmei dentro da comunidade nipo-brasileira. Apesar de não ter sido afetada diretamente, o resto de população brasileira reforçou seus preconceitos de que todos japoneses eram fanáticos nacionalistas.

O exército e o Departamento Estadual de Ordem Política e Social (DEOPS) realizaram operações de investigação nos estados de São Paulo e do Paraná. Segundo a polícia paulista, 31.380 nipo-brasileiros foram investigados como suspeitos de ter ligações com a organização. O DEOPS identificou criminalmente 376 nipo-brasileiros.[5] Finalmente, as lideranças da Shindo Renmei e boa parte dos tokkotais foram presos.

Cerca de 155 imigrantes japoneses tiveram sua expulsão do território nacional decretada em 1946, porém esta nunca ocorreu e o caso acabou por prescrever. Apenas 14 tokkotais cumpriram penas por assassinato.

Uma parte da população brasileira reagiu passionalmente e espancou nipo-brasileiros inocentes ou pertencentes à Shindo Renmei. Confrontos ocorreram em cidades do interior paulista onde havia grande quantidade de imigrantes japoneses, como na região de Tupã, São Paulo. Em Tupã existiu um Campo de Internamento (Concentração) para aprisionar os homens da colônia japonesa.

Mais de 200 escolas de japonês foram fechadas. A língua japonesa foi proibida de ser falada em público; para a maioria dos nipônicos no país, essa era a única forma de se comunicar.

A publicação dos jornais em japonês ficou muito cara (passou a ser obrigatória a edição bilíngüe, japonês-português), e eles deixaram de circular. Em 1939, uma pesquisa da Estrada de Ferro Noroeste, de São Paulo, mostrava que 87,7% dos japoneses assinavam jornais na sua língua materna, um índice altíssimo para os padrões do setor no Brasil.

Os bens das empresas nipônicas foram confiscados. Japoneses não podiam viajar sem salvo-conduto. Aparelhos de rádios pertencentes às famílias eram apreendidos -para que não se ouvissem transmissões em ondas curtas do Japão.

Os "súditos do imperador" estavam proibidos de dirigir veículos de sua propriedade, mesmo os comerciais -os choferes tinham que ser designados por uma autoridade policial brasileira.

Sem que houvesse indícios de que organizações político-militares ligadas às armas imperiais do Japão estivessem atuando no país (como foi o caso de núcleos do Partido Nazista entre os imigrantes alemães), civis japoneses e muitos de seus descendentes nascidos no Brasil foram tratados como prisioneiros de guerra.

Em 1942, a colônia japonesa que serviu para o cultivo da pimenta em Tomé-Açu, no Pará, foi transformada em campo de concentração (expressão da época), embora nenhuma atividade contra a "segurança nacional" por parte de seus membros tivesse sido detectada.

De Washington, o embaixador brasileiro Carlos Martins Pereira e Sousa incentivava o Brasil a adotar, a exemplo dos EUA, os "campos de internamento": áreas de confinamento para as quais foram levados, sem respaldo jurídico, mais de 120 mil nisseis (muitos já cidadãos americanos). Eles viveram nesses "campos-prisão" até o final da guerra, em condições humanas precárias.

A delação -como diz Tzvetan Todorov, a delação no Estado totalitário é um modo de colocar "o terror à disposição de todos"- contra os japoneses tornava-se popular. "Desavenças de vizinhos, dívidas não pagas e até brigas de crianças eram motivos para que os japoneses fossem delatados anonimamente às autoridades", conta Fernando Morais em "Corações Sujos".

A suspeita não tinha limites: em dezembro de 1942, o jornalista Hideo Onaga e um grupo de jovens foram presos em um piquenique na represa Eldorado, distrito de Santo André (SP), porque havia uma desconfiança de que eles estivessem construindo um submarino (!), conforme relatou à historiadora Marcia Yumi Takeuchi. Marchinhas de Carnaval ironizavam Hiroito e a "terra do micado".

Os pintores japoneses do grupo Seibi (Tomoo Handa e Yoshiya Takaoka, entre outros), que se reuniam para pintar na rua e no campo, foram obrigados a entrar em reclusão e atuar clandestinamente, o que não ocorreu com o grupo Santa Helena, por exemplo, composto em sua maioria por italianos.

Em 10 de julho de 1943, sem aviso prévio,tal qual ocorreu em Antonina/PR, cerca de 10 mil "súditos do Eixo" foram obrigados a abandonar Santos em poucas horas, deixando todos os seus bens para trás, pois eles eram vistos como uma ameaça no caso de uma invasão por parte das Forças Militares japonesas e só foi permitido morar na zona litorânea os japoneses que fossem casados com nacionais brasileiros.

Em 3 de maio de 1944, o delegado-chefe do serviço de salvo-condutos, José Antonio de Oliveira, nega pedido de Miya Tekeuti, que estava em São Paulo e queria voltar a residir na Baixada Santista para ficar perto dos sete filhos, o menor deles com 12 anos.

A ladeira Conde de Sarzedas, no centro de São Paulo, foi um marco para os japoneses. O aluguel dos cômodos nos porões dos sobrados era uma bagatela, e grupos de japoneses passaram a morar nesses quartos, a partir de 1912. Ela passa a ser conhecida como a "Rua dos Japoneses", iniciando a história da Liberdade como o bairro nipônico -nasciam ali os primeiros restaurantes japoneses da capital paulista. Em 2 de fevereiro de 1942, os já numerosos nikkeis da Conde de Sarzedas e da rua dos Estudantes são acordados durante a noite por agentes do Dops; foram avisados de que teriam de abandonar a área em 12 horas. A cena se repetiria na véspera do Sete de Setembro, desta vez com os japoneses tendo dez dias para se mudarem definitivamente da região.

Grécia enfrenta quarta greve geral contra medidas para receber ajuda financeira


A Grécia passa nesta quinta-feira (20) pela quarta greve geral desde fevereiro. O setor público e os transportes públicos são os mais afetados. O movimento, convocado pelos sindicatos, é uma forma de protesto contra a reforma da previdência e as medidas aprovadas pelo governo para sanear suas contas em troca de uma ajuda de R$ 248,7 bilhões (110 bilhões de euros) da UE (União Europeia) e do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Um total de 1.700 policiais foram mobilizados no centro de Atenas (capital do país), onde os sindicatos GSEE, do setor privado, e Addy, do funcionalismo público, devem organizar manifestações. A frente sindical do Partido Comunista convocou um protesto separado em Atenas e outras grandes cidades gregas.

As linhas de ônibus e metrô foram totalmente paralisadas, o que provocou grandes engarrafamentos na capital grega. Os trens funcionavam de maneira limitada, mas o tráfego aéreo estava normal, já que os controladores não aderiram à greve para não prejudicar o turismo.

O dispositivo de segurança foi reforçado para evitar a repetição do ocorrido na greve realizada no último dia 5 - quando três pessoas morreram asfixiadas em uma agência bancária incendiada por um coquetel molotov, afirmou o porta-voz da polícia grega, Thanassis Kokalakis.

Pacote

O pacote de ajuda foi aprovado no último dia 2, pelos ministros de Finanças da zona do euro. Para obter a ajuda financeira, o governo da Grécia teve que concordar com medidas de ajuste fiscal, que incluem um corte no Orçamento público, com a redução dos salários dos servidores, além de aumento de impostos, como o VAT (Imposto sobre Valor Agregado, na sigla em inglês) e tributos de combustíveis, álcool e tabaco.

O sindicato de empregados civis Adedy e a Confederação Geral de Trabalhadores qualificaram as medidas à época como “muito severas e socialmente injustas”. Os sindicatos convocaram comícios no centro de Atenas com a intenção de marchar rumo ao Parlamento, enquanto nas demais grandes cidades gregas são esperados protestos.

OEA começa a julgar Brasil por crimes da ditadura


A partir desta quinta-feira (20), o Brasil sentará pela primeira vez no banco dos réus na Corte Interamericana de Direitos Humanos, da OEA (Organização dos Estados Americanos), por crimes cometidos durante a ditadura militar (1964-1985). A questão foi levada ao tribunal pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos e diz respeito a ações realizadas pelo Exército entre 1972 e 1975, quando combatia a Guerrilha do Araguaia no sul do Pará. A alegação é de que ao menos 70 pessoas, entre militantes do Partido Comunista e camponeses, foram vítimas de detenção arbitrária, tortura, execução e desaparecimento, e que o Estado brasileiro não apurou os crimes.

A audiência ocorre semanas após o STF (Supremo Tribunal Federal) ter rejeitado uma ação impetrada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) que pedia a revisão da Lei de Anistia para permitir o julgamento de agentes do Estado acusados de tortura.

Até sexta-feira (21), testemunhas e representantes das vítimas e do Estado apresentarão suas considerações. A audiência será em San José, na Costa Rica, mas a sentença sairá apenas nos próximos meses. Se a Corte repetir o entendimento de decisões anteriores, como ocorreu em casos envolvendo o Peru e o Chile, o Brasil tem chances de ser condenado, o que obrigaria o país a rever sua Lei de Anistia, promulgada em 1979, para permitir as investigações.

Na última segunda-feira (17), o próprio ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria de Direitos Humanos, admitiu que “teme pelo pior”.

- Como analogia, que é pegar decisões anteriores, há chances de uma decisão negativa para o Brasil.

A presidente do Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro, Cecília Coimbra, se diz otimista, mas critica a demora e a “falta de vontade política” das autoridades brasileiras para tratar do assunto.

- Sabemos que apenas quando há pressão internacional é que as coisas avançam. Esperamos que a Corte reconheça que o Estado tem responsabilidade e que não há nenhum esforço por parte do governo para resolver essa questão.

O Cejil (Centro pela Justiça e o Direito Internacional), que processou o Estado brasileiro no sistema interamericano ao lado do Tortura Nunca Mais e da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos de São Paulo, diz que o Estado brasileiro se apoiou na Lei de Anistia para “negar-se a atuar”.

Por este motivo, a Corte analisará o emprego da medida, que segundo familiares das vítimas é um “obstáculo à investigação”. A expectativa do Cejil é que o tribunal aponte a incompatibilidade da Lei de Anistia com a Convenção Americana sobre Direitos Humanos e com a jurisprudência internacional, além de ordenar ao Estado que adote ações para garantir às vítimas e a seus familiares os "direitos à verdade, justiça, memória e reparação".

Um em cada três usuários de redes sociais se arrepende das mensagens que publica


Uma pesquisa do site de produtos de tecnologia Retrevo revelou que 32% dos usuários de redes sociais admitem ter publicado mensagens e se arrependido depois. Os posts vão de pontos de vista radicais sobre política e imagens picantes a reclamações contra o chefe.

A empresa descobriu que os usuários de smartphones tendem a sofrer desse tipo de arrependimento. Cerca de 54% dos que fizeram um post pelo celular ficaram envergonhados mais tarde.

O problema das mensagens apressadas atingiu 59% dos usuários de iPhone, que disseram ter sentido vergonha depois de publicar algo. Segundo a pesquisa, os usuários de celulares inteligentes são os que mais se arrependem – ter um aparelho no bolso os torna mais impulsivos.

A idade também conta em mensagens apressadas: 54% dos usuários com menos de 25 anos que participaram da pesquisa se arrependeram de publicar, por exemplo, fotos da festa da noite anterior ou aquela piada sobre o jeito de o chefe esconder a careca com o cabelo que restou. Apenas 27% das pessoas com mais de 25 anos disseram ter cometido gafes.

Segundo a pesquisa, cerca de 40% dos usuários conseguiram apagar comentários e fotos antes que o estrago fosse feito, enquanto 31% disseram que suas mensagens embaraçosas “não causaram problemas”.

Por outro lado, 19% daqueles que tiveram remorsos por causa dos posts disseram que as mensagens impulsivas causaram problemas em casa ou no trabalho e 9%, que um post fora de hora acabou com amizades ou até com casamentos.

Sanções contra o Irã são bofetada na diplomacia dos emergentes


O The Guardian afirma que a resolução proposta pelos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU prevendo sanções contra Teerã é uma "bofetada nos esforços de negociação" das potências emergentes.

Ele defende o acordo negociado na segunda-feira por Brasil e Turquia com o Irã. Para o jornal, o entendimento turco-brasileiro é "o mais perto que chegamos até agora do início de uma resolução" para a questão nuclear iraniana.

Por isso, diz o Guardian, "a proposta de resolução (promovida pelos EUA) pode ser interpretada como uma bofetada das grandes potências nos esforços de negociação de outros países. Mas, em um mundo multipolar, Barack Obama não pode simplesmente fazer isso."

"A Turquia está emergindo como uma importante potência diplomática no Oriente Médio. Turquia e Brasil, o outro mediador do acordo, são membros não-permanentes do Conselho de Segurança e signatários do tratado de não-proliferação. O Japão, igualmente, compartilha o comprometimento de encontrar uma solução diplomática neste impasse com o Irã. Juntas, essas nações assumiram o papel de mediadores honestos abandonados pela Grã-Bretanha, a França e a Alemanha."

Melindre

A questão suscitou artigos incisivos nesta quarta-feira em diversos jornais estrangeiros. Na França, o matutino Le Figaro se pergunta por que a manobra iraniana "uniu as grandes potências" em torno da resolução americana, incluindo países tradicionalmente contrários às sanções, como Rússia e China.

Chocados por uma diplomacia turco-brasileira tão desenvolta no conteúdo quanto na forma, os chineses e russos cederam (à proposta americana).

Análise, Le Figaro

"A realidade é que a Rússia e a China não gostaram nem um pouco que o Brasil e a Turquia se permitissem fazer um acordo nuclear com Teerã sem se dar ao trabalho de consultar Moscou e Pequim de antemão", opina o jornal.

"Chocados por uma diplomacia turco-brasileira tão desenvolta no conteúdo quanto na forma, os chineses e russos cederam (à proposta americana)."

Já alguns dos principais jornais americanos fizeram duras críticas ao Brasil e à Turquia por patrocinar o acordo com o Irã.

O The New York Times aponta que ambos os países "estão ávidos para desempenhar um maior papel internacional" e "ávidos para evitar um conflito com o Irã".

"Respeitamos estas ambições. Mas como todo mundo, eles foram manipulados por Teerã", afirma o editorial, lembrando que desde 2006 o governo iraniano "desafia as reivindicações do Conselho de Segurança de suspender seu programa nuclear".

Para o NYT, a nova resolução "provavelmente não é dura o suficiente para fazer Teerã mudar de ideia. Mas o fato de a Rússia e a China terem concordado deve gerar nervosismo entre alguns atores dentro do dividido governo iraniano."

"Brasil e Turquia deveriam se unir às outras potências e votar a favor da resolução do Conselho de Segurança da ONU. Mesmo antes disto, deveriam voltar a Teerã e pressionar os mulás por um acordo crível e por negociações sérias."

SENADO APROVOU O FICHA LIMPA


Seguindo o exemplo da Câmara o senado aprovou o Projeto de Lei Ficha Limpa. Ele impede a candidatura de políticos condenados na Justiça em decisão colegiada em processos ainda não concluídos. Foi mantido o texto na íntegra, restando ainda a votação de uma emenda de redação.

Se for aprovada a emenda, o projeto não volta para a Câmara e segue para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), que fez a proposta com o respaldo de mais de 1,6 milhão de assinaturas, acredita ser possível aplicar a nova regra já nas eleições deste ano, se Lula sancionar o projeto até 9 de junho.

Apesar de aprovado o projeto, ainda existem dúvidas sobre a entrada em vigor ou não para as eleições de outubro próximo. A legislação eleitoral determina que para valer, as mudanças precisam ocorre com um ano de antecedência.

Senadores mantêm aprovação do índice de 7,7% para aposentados


O Senado manteve o reajuste de 7,7% dos aposentados que ganham acima de um salário mínimo e o fim do fator previdenciário, que haviam sido aprovados pela Câmara no início do mês. A proposta inicial do governo, que foi enviada por meio de medida provisória ao Congresso, era de um reajuste de 6,14%, retroativos a janeiro. O reajuste de 7,7% representa um gasto extra de R$ 1,7 bilhão em relação à proposta original.

Foi feito justiça, pois ao tratar da questão da aposentadoria paga pela Previdência Social Pública a população em geral tem que dividi-la em duas, o grupo dos que se aposentaram com o salário mínimo e o outro composto por aqueles que o fizeram em uma maior quantidade de salários. No que tange o primeiro grupo, predominante a maioria, há que se reconhecer o atual esforço de recuperação do salário mínimo, que implica definir reajuste no mesmo acima da inflação, portanto, acréscimo real de salário. Eis que a política descobriu a grande massa de trabalhadores brasileiros que vivem com o salário mínimo, assim como parcela predominante dos aposentados, o eleitorado em potencial a ser cativado. Entretanto, melhor assim, é a força eleitoral se impondo em prol da sociedade.
O mesmo, porém, não ocorria com o grupo de aposentados que percebem acima de um único salário. Aqui a primeira coisa a se dizer é que isto ocorre porque seus componentes, quando na ativa, recolheram maiores montantes aos cofres da Previdência. Para estes, embora o governo se proponha a repor a inflação, não traz o benefício do ganho real do salário mínimo, o que significa dizer que ao longo do tempo a quantidade de salários com que tal indivíduo se aposentou será cada vez menor tendendo a tornar-se um único salário.

 
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